Visitas à pagina

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O VÉU QUE NOS PROTEGE

Artigo: Alexandre Caprio

O Ignorante não sente falta do saber, assim como nossas avós não sentiam falta de um microondas. Não se sente falta do que não se conhece. Por isso os deveres dos alunos e a antiga autoridade do professor eram tão importantes. Eu digo "eram" porque não existem mais, como você que se interessou por esse texto já sabe tão bem. O ignorante tem que ser conduzido pelo caminho do saber até se dar conta do benefício que está recebendo. Quando ele desperta, torna-se eternamente grato ao seu professor. Mas até que isso aconteça, um conjunto de regras devem norteá-lo. Hoje essas regras são consideradas inadequadas. Destituído da consciência do que é melhor para ele, o aluno escolhe não estudar e não respeitar o corpo docente. Sob as asas do Estado, ataca, grita, insulta, bate e ameaça professores que, acuados e desestimulados, regridem em todos os aspectos. As leis protetivas desprotegem o menor ao permitir que ele defina o que não tem idade nem preparo para definir sozinho. Sem família, sem educação e sem dinheiro, encontrará meios de atender seus desejos e necessidades. Vazio por dentro, precisará de celular, tênis com amortecedores, camisetas de marca e outros apetrechos para mostrar seu valor e ser aceito em seus grupinhos. A droga é regra dessa aceitação. Agora o dinheiro tem que ser suficiente para o vício também. Se não conseguir extorquir a família, tirará da sociedade à força. E aí, caros colegas, temos o inevitável fruto da ignorância não combatida: temos um bandido. Um bandido criado pelo Estado, pelo sistema que deveria nos proteger, mas que economiza para a próxima campanha. Um governo que prioriza grupos, coligações, mas não sociedade e cidadãos. Uma elite que apenas não mudou de postura ainda, porque a justiça não faz questão alguma de responsabilizar o criador, ao invés da criatura. Nossos representantes plantam a violência, e nós a colhemos. Criam o problema para venderem a solução de quatro em quatro anos. O preço? Para muitos, suor, sangue e lágrimas. Para poucos, meras estatísticas em uma folha limpa de papel, cuidadosamente guardada para o próximo debate na TV.

Nenhum comentário:

Postar um comentário