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terça-feira, 6 de agosto de 2013

ENTENDENDO A DEPRESSÃO


As vítimas do transtorno de depressão estão aumentando. É o que diz a Organização Mundial de Saúde, que também faz um importante alerta: dentro de 20 anos, a depressão matará mais do que o coração.




Mas como pode um mal que não é causado por um vírus ou bactéria ser tão real e causar tamanho estrago? Não seria “frescura”, falta de trabalho, ou sinal de fraqueza?

Embora muitas pessoas desejem que a resposta a essa pergunta seja simples como as hipóteses apresentadas, a resposta é não. Uma das causas que fazem da depressão uma ameaça crescente é o desdém e a desinformação. A depressão é um desequilíbrio da química cerebral. Há uma queda da neurotransmissão, ou seja, do nível de substâncias responsáveis pela comunicação entre um neurônio e outro. As substâncias que mais sofrem essa redução são a serotonina, dopamina e noradrenalina. As duas primeiras são grandes responsáveis pela geração de prazer e bem estar.


As causas podem ser:
  • Genéticas: pessoas com parentes próximos que sejam vítimas da depressão podem ter até três vezes mais chances de desenvolver o transtorno;
  • Stress: uma dos grandes gatilhos da primeira crise depressiva. O stress é causado pela falta de habilidade em lidar com uma situação de difícil aceitação, que pode estar relacionada ao ambiente de trabalho, afetivo ou social;
  • Drogas: o abuso de álcool, medicamentos e drogas ilícitas interferem na comunicação dos neurônios e podem gerar desequilíbrio da neurotransmissão;
  • Doenças: derrames, tumores, hipotireoidismo e outros transtornos como a ansiedade podem desencadear um episódio depressivo;
IMPORTANTE: É muito comum que um indivíduo com Transtorno de Ansiedade desenvolva também o Transtorno de Depressão por conta do stress sentido em diferentes tipos de situação.

NÍVEIS DE DEPRESSÃO:
LEVE: Abatimento + perda de interesse + 2 ou 3 sintomas abaixo relacionados. O indivíduo pensa que só está cansado, cancela alguns compromissos sociais e é capaz de desempenhar a maior parte de suas atividades cotidianas.

MODERADA: Abatimento + perda de interesse + 4 sintomas abaixo relacionados. O indivíduo tem dificuldade em manter sua rotina, em se concentrar, lembrar de nomes, tomar decisões simples e passa a cometer deslizes no trabalho, o que acelera a queda da confiança e autoestima;

GRAVE: Abatimento + perda de interesse + 5 ou mais sintomas abaixo relacionados. O indivíduo não consegue desempenhar atividades simples, torna-se relapso em relação a sua higiene pessoal e passa a faltar do trabalho. A sensação de vazio e ausência de prazer leva à ideação suicída.












SINTOMAS (a serem acrescidos nos níveis acima)
Na depressão, os sinais listados a seguir ocorrem ao longo de, no mínimo, duas semanas:
  • Perda ou ganho de peso;
  • Aumento ou diminuição do sono;
  • Alteração da libido sexual;
  • Falta de paciência, irritação;
  • Desesperança, pessimismo;
  • Choro fácil;
  • Agitação ou lentidão dos movimentos;
  • Fadiga ou perda de energia;
  • Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva;
  • Redução da capacidade de raciocínio, concentração e tomadas de decisão;
  • Pensamentos recorrentes de morte e tentativas de suicídio.

A predominância da depressão, de acordo com o gênero sexual é de um homem para cada duas mulheres. Depois dos 50 anos, a incidência é quatro vezes maior no sexo feminino.

O uso de antidepressivos, como única alternativa de tratamento não é eficaz. Torna-se importante tratar o transtorno com o apoio da psicoterapia. O princípio ativo do medicamento aumentará artificialmente a neurotransmissão, mas não eliminará o estímulo causador. Se for, por exemplo, um fator estressor e desencadeador da depressão permanecer presente na vida do indivíduo, o estímulo permanece inalterado e recorrência do transtorno também.

Na terapia, o paciente aprende a reorganizar seus pensamentos, emoções e comportamentos, criando novas habilidades para lidar com as situações ao seu redor. Se a ameaça do meio em que vive diminuí, os pontos de stress e a ansiedade também caem, induzindo ao relaxamento e aumento da sensação de prazer. Dessa forma, a retomada da vida profissional, afetiva e social pode acontecer com mais eficácia, diminuindo o risco de uma reincidência.


Fonte:
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR);
Classificação Internacional de Doenças (CID-10);
Ricardo Moreno (psiquiatra).

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