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domingo, 20 de janeiro de 2013

A FELICIDADE NO RELACIONAMENTO DEPENDE DE VOCÊ

Participação de Alexandre Caprio em matéria publicada pelo Jornal Diário da Região, São José do Rio Preto/SP, jornalista Jéssica Reis, edição de 20/01/2013.
Fonte:http://www.diarioweb.com.br/novoportal/Divirtase/Comportamento/123342,,A+felicidade+no+relacionamento+depende+de+voce.aspx


Comportamento
› Expectativas na medida
São José do Rio Preto, 20 de Janeiro, 2013 - 1:33
A felicidade no relacionamento depende de você

Jéssica Reis

ww.sxc.hu/Divulgação
Capacidade de reconhecer ideias agradáveis e sentir prazer no presente, independentemente de outras pessoas, posses ou condições físicas é a chave do sucesso
A verdadeira felicidade em um relacionamento depende de si mesmo, ou seja, o parceiro pode até completar no outro esse sentimento, mas não depender dele para ser feliz. Essa é uma regrinha que poderia facilitar uma relação amorosa, em que muitas vezes o casal cria um excesso de expectativa e insiste em responsabilizar o parceiro pela sua felicidade. É por isso que especialistas alertam que um relacionamento pode dar certo quando há, além de amor e desejo, individualidade.

Segundo a psicóloga Mara Lúcia Madureira, a felicidade é a capacidade de reconhecer ideias agradáveis e sentir prazer no presente, independentemente de outras pessoas, posses ou condições físicas. “A maioria das pessoas não consegue ser feliz porque não compreende a simplicidade do conceito e projeta a felicidade em outras pessoas, em tempos que não são o presente e em condições distintas da atual.”

A especialista afirma que as causas de estresse ou fracasso das relações têm mais a ver com expectativas irrealistas, não correspondência de expectativas básicas, cobranças desmedidas, medos irracionais, ciúme patológico, consumo excessivo de álcool ou outras drogas, falta de planejamento familiar e financeiro, interferência abusiva de familiares, discordância quanto à educação dos filhos, imaturidade emocional e problemas financeiros, do que com o formato da relação.

Ela lembra que pessoas adultas devem pensar em outras pessoas como desconhecidos que podem surpreender de modo positivo ou negativo. “Não é possível saber sobre a personalidade de uma pessoa em alguns encontros. O problema é imaginar a outra pessoa segundo os desejos e fantasias e não com base em evidências. Nesses casos, as chances de frustrações são grandes, porém, muitos ainda insistem em agir desse modo por motivos óbvios e inconsistentes, aumento das ilusões ou esperanças, presunção de adivinhações e impaciência”, afirma.

O psicólogo cognitivo comportamental Alexandre Caprio conta que sempre pergunta aos pacientes o que eles esperam de uma relação. E as respostas, geralmente, se resumem a uma lista de coisas que esperam que o outro faça por elas. “Raramente alguém diz o que gostaria de fazer pelo outro. Estamos procurando pessoas para atender nossas necessidades, e necessidade não é amor.

Amor é quando você gosta tanto de alguém que aceita se afastar se perceber que isso fará bem para essa pessoa. Posse é depender do outro para se sentir completo. Se você depende de outra pessoa para se sentir inteiro, não tratará o outro como um indivíduo, com sua própria identidade, mas como um acessório seu.” Ele afirma que atualmente as pessoas estão aprendendo que para ser é preciso ter. “Se o problema é carência afetiva, essa aprendizagem torna evidente que a solução também está no outro.

Nós estamos tratando as pessoas como se fossem produtos ou prestadores de serviços. Estamos deturpando o conceito de amor e transformando-o em um bem de consumo. Quando você não precisar ou depender mais do outro para ser alguém, poderá ter uma pessoa para compartilhar a sua vida e conhecer esse tal amor que tantos falam e poucos veem.”

‘Parceiro não é remédio’, diz Caprio 

Atualmente, é comum que as pessoas se queixem da insatisfação na relação, em especial no casamento. No início do século 20, o divórcio era criticado pela sociedade. Hoje, as pessoas casam-se, divorciam-se e casam-se novamente. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que em 2011 houve um aumento de 45,6% nos processos de divórcio ocorridos no Brasil.

Segundo a psicóloga Mara Lúcia Madureira, os casamentos contemporâneos são diferentes dos conhecidos pelas gerações anteriores. “As mudanças sócio-culturais transformaram o casamento em relações dinâmicas, sem predomínio hierárquico ou sexista, rigidez de valores ou regras hipócritas de comportamentos”, explica.

Para Alexandre Caprio os casamentos existem por meio da união de duas pessoas e eles são os verdadeiros responsáveis pelo seu fracasso. “O casamento não mudou, nós é que mudamos nosso conceito de relacionamento. Estamos olhando de forma errada para a situação. O casamento não está em declínio. Os relacionamentos é que estão, e isso, claro, abrange o matrimônio.”

Em alguns casos, é comum que as pessoas vejam no casamento um “remédio para tudo”, ou seja, uma oportunidade de morar fora da casa dos pais ou se livrar da solidão. Para Mara Lúcia a perspectiva de casamento como fuga da solidão e dos problemas familiares ainda é muito contemplada por jovens e adultos de todos os gêneros sexuais, que têm expectativas menos românticas e mais esperançosas sobre as chances de felicidade longe dos conflitos familiares e ao lado de um cônjuge.

Alexandre ressalta que parceiro não é remédio. “Não podemos usar as pessoas para tratar de transtornos de ansiedade, para nos sentirmos aceitos socialmente ou como mera válvula de escape sexual.”Para Mara Lúcia, o casamento deve ser encarado com uma sociedade, na qual o pensamento básico é o de que, se duas pessoas se associam por interesses comuns, além de preservarem sua individualidade, passarão a pensar e trabalhar para o bem comum, não mais cada um para si.

Já o relacionamento sério, ou namoro, deve ser visto como o compromisso de estar com alguém, considerando a possibilidade de evolução para um casamento ou não. “É o tempo necessário para conhecer outra pessoa antes de decidir viver junto e, depois de decidido, para planejar e viabilizar as condições do casal.”Independente do tipo de relacionamento, segundo a psicóloga, é fundamental, além do amor, o respeito recíproco e a responsabilidade no planejamento financeiro e na manutenção das qualidades relacional e habitacional. 

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