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quinta-feira, 13 de março de 2008

ELAS QUEREM SER FELIZES

Fonte: participação de Alexandre Caprio em matéria publicada pelo Jornal Diário da Região (São José do Rio Preto/SP), jornalista Cecília Dionizio, em 13/03/2008
http://www.diariodaregiao.com.br/noticias/corpo_noticia.asp?IdCategoria=4&IdNoticia=105431


Levantamento
Elas querem ser felizes
São José do Rio Preto, 13 de março de 2008 
  Lézio Júnior/Editoria de Arte  

Cecília Dionizio


Um recente levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que não há mais travas que impeçam a mulher de viver um grande amor. É isso mesmo, de acordo com o último levantamento agora é a vez delas trocarem um de 40 por dois de vinte, para usar uma expressão bem conhecida do público masculino. Na prática o fato é que hoje há muitas mulheres acima dos 40 e até mais, que não se constrangem em ter um namorado com 20 ou mais anos menos que elas. E a julgar pelo andar da carruagem, a única a perder com isto é a sociedade, que insiste em emitir seus gritos de preconceito e discriminação quando é confrontada com a situação. Para o psicólogo cognitivo-comportamental Alexandre Caprio, de Rio Preto, a forma como os relacionamentos se desenvolvem em um grupo social depende da constituição desse grupo. “Se tomarmos como exemplo uma sociedade em que a população masculina seja menor que a feminina, as mulheres poderão de fato desenvolver um aumento na tolerância do perfil idealizado, podendo considerar características que não considerariam antes, como biótipo e idade diferenciada”, afirma.

Ele observa que aquilo que aparece como a tábua de salvação pode se transformar num relacionamento atraente para ambos, abrindo um leque de experiências novas e interessantes que podem criar atração mútua e desencadear também o amor e a cumplicidade de um casal. “A compatibilidade dos parceiros define o sucesso de uma relação, e não a idade deles”, fala. Já a psicóloga Mara Lúcia Madureira, de Rio Preto, observa que estes relacionamentos também se tornaram possíveis por um outro fator, o estético. “Graças à indústria da beleza, as pessoas já não se permitem mais o envelhecer com a mesma naturalidade de antes. E a aparência jovial que sempre permeou a vaidade humana acaba por impulsionar o fator de sedução, status social, e está intimamente relacionado à auto-estima”, diz. Hoje, segundo o psicólogo Alexandre Caprio, a sociedade como um todo já reage de forma mais natural ao que antes era discriminação natural, pois aceita relativamente bem o fato das pessoas buscarem novos relacionamentos.

Por outro lado, o psicólogo observa que a aceitação social é também uma grande barreira na hora de terminar uma relação. “Se o fim de um relacionamento é visto como algo normal pelas pessoas que te circundam, fica mais fácil pôr fim à relação”, diz. Alexandre reconhece que em qualquer situação na vida, a desordem de idéias e pensamentos é prejudicial a qualquer tomada de decisão. Essa confusão abala, conseqüentemente, as escolhas, direções e decisões decorrentes deste período, tanto profissionale como emocionalmente. Ele lembra que se uma pessoa é incompatível com a outra pode levar ao aumento de mais medos e expectativas. A transferência de papéis pode surgir como forma de tentar manter a situação sob controle. Em alguns casos, a mulher mais velha exerce papel similar ao de mãe para com seu parceiro. Mas não são as diferenças físicas que imperam em um relacionamento incompatível, e sim os interesses, as perspectivas e expectativas de cada um.

Alexandre reconhece que atualmente as mulheres já sabem fazer suas escolhas com segurança e equilíbrio. Diz que elas já se firmam mais profissionalmente e sentem-se seguras para buscar experiências novas. Essa abertura de horizontes não tem como base uma confusão de pensamentos, mas sim a vontade de reconstruir a vida afetiva ao lado de um novo parceiro. Por isto, muitas vezes, independe a questão financeira do homem. “A mulher busca homens mais novos e com menos estrutura econômica, hoje, porque visa um companheiro que lhe dê atenção, cumplicidade e também uma vida sexual ativa”, afirma.

Com a cabeça em ordem
A psicóloga Tania Zampieri, autora de livros e organizadora do curso de EMDR no Ciclo de Mutação de Rio Preto vê com certa freqüência o relacionamento entre casais de idades distintas, e encara isto com muita naturalidade. Ela observa que o amor acontece sim entre eles, e que há exemplos muito antigos de relacionamentos com idades desiguais, tanto de homem quanto de mulher com mais idade e o par mais novo. Contudo a psicóloga reconhece que ainda há fortes tabus que os considerados “ousados” precisam enfrentar por “desafiar” os costumes. “Parece um tanto descabido nos dias de hoje o espanto que ainda se vê, especialmente quando estamos enfrentando tantas mudanças em relação à projeção de perspectiva de longevidade, de aparência nas diferentes idades. Uma mulher hoje de 60 tem uma aparência muito diferente de uma de 40 do século passado - para melhor”, diz.

Com ela concorda a psicóloga Mara Lúcia Madureira, de Rio Preto, que reconhece nas pessoas psicologicamente saudáveis a possibilidade de uma relação absolutamente digna. Por outro lado, recorda que, se faltar amor-próprio, e a isto se alia o imediatismo, pode custar muita dor, e que a busca de gratificações imediatas nestas circunstâncias leva a pessoa a se envolver num processo patológico e muitas vezes com resultados nocivos. Para Tina, de fato, as pessoas hoje têm muito medo da solidão, e por isto correm o risco de apelar para qualquer coisa para evitar a angústia. “Estão surgindo muitos novos modelos de casal e de família. O que deve remeter a uma reflexão sobre como é importante, por vivermos nessa fase, sobre os seus próprios valores, tabus e a própria coragem e compreensão. Mas sobretudo, mais que nunca é preciso se conhecer melhor para uma melhor chance de acertar nas escolhas e no modo de enfrentar novos desafios”, finaliza.

Serviço:
- Alexandre Caprio, psicólogo cognitivo-comportamental, fone (17) 3227.4596
- Mara Lúcia Madureira, psicóloga cognitivo-comportamental, fone (17) 3234-6425
- Tina Zampieri, psicóloga do Ciclo Mutação, fone (17) 3222 4226


DEPOIMENTOS:


>> Nunca fiz parte da tribo de mulheres que gostam de homens mais novos.OLuis só aconteceu, ele é cheio de alegria,mefaz bem.Mesinto como se tivesse voltado aos vinte anos, redescobrindo a vida. Fui casada por 22 anos comuma pessoa séria e sisuda. Depois da separação comecei amedivertir, dançar, rir e a cantar mais, como se eu tivesse recomeçado a viver. Foi então que ele apareceu. Trabalhamos juntos, ele é cinegrafista emegravou várias vezes. Sempre brincava e falava algo picante ou doce. Umdia fizemos uma gravação externa e o clima esquentou de verdade. No dia seguinte saímos depois do primeiro beijo eu já sabia que ia perder a vergonha, o juízo e não tinha mais volta. Desde este dia não nos separamos mais.

Malu Rodrigues, 47 anos, é empresária e apresenta o programa “Maturidade Feliz” no canal 16, na TV Cidade
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>> Meu relacionamento com umhomem12 anos mais jovem já tem cinco anos e começou logo quemeseparei. Ele integrava o grupo de amigos de minha filha, na época adolescente. Foi muito natural, ambos passamos a nos atrair. Não temos qualquer dificuldade de entrosamento, eleme respeita e acho que o fato de ser mais jovemmemotiva a acompanhá-lo e ele também se torna mais responsável por sua vez. Já aconteceu várias vezes demeperguntarem se era meu filho, mas nemligo, o importante é que estamos superbem juntos. E se temos alguma diferença é apenas no visual, porque embora ele também seja empresário, atuamosemramos distintos e as roupas destoam. Ele está habituadocom meujeito centralizador e não se incomoda. Já eu aprendo muito com a naturalidade dele. Há umaboa troca entre nós.

Ivone Marcela, 40 anos, é empresária
   

Um comentário:

  1. Nossa Alexandre, vc foi longe heim, rsrs. O tema na verdade é sempre atual. E adorei reler depois de tanto tempo. Obrigada pela postagem. Abs

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